O Que Me Faz Falta

Sinto falta das noites insones que tínhamos ao telefone
E de tantas outras que não chegamos a nos ver
Sinto falta do teus abraços apertados ao me encontrar
E de quando minhas mãos procuravam as suas
Sinto falta do sorriso, que era até meio bobo, mas feliz
E dos outros fingidos só para me agradar
Sinto falta do carinho que me fazia para dormir
E de quando pedia para eu a acariciar
Sinto falta do calor do teu corpo, suado junto ao meu
E dele longe de mim, ainda assim sendo desejado
Sinto falta do cheiro que tinha quando transpirava com prazer
E de quando saia do banho, perfumada com o cheiro de outra
Sinto falta da musica que pedia para repetir a tocar
E do silencio entre cada uma delas
Sinto falta da lua aparecendo no céu, debaixo do meu dedo
E da escuridão de uma noite pouco iluminada
Sinto falta dos presentes que insistia em me dar
E de não usa-los só para te irritar
Sinto falta das flores que acabavam em cima de uma mesa
E dos insetos que acabavam em baixo dos pés
Sinto falta de ser eu mesmo, assim, desse jeito
E de ser como você queria que fosse esse jeito
Sinto falta de como juramos amor eterno
E de quando acreditamos em um só fim, o da vida
Sinto falta de quando éramos um só
E de quando éramos milhões
Sinto falta de quando queríamos povoar o mundo
E de quando procuramos um deserto nele
Sinto falta de dormir abraçado com você, apenas isso
E de tantas vezes que quis você ao menos perto
Sinto falta de quando a insanidade era meta de vida
E de quando a razão comandou a situação
Sinto falta de tudo que podíamos ter passado
E mais ainda de tudo que passamos
Sinto falta das palavras que dissemos em um momento
E das outras palavras que mudaram de sentido
Sinto falta dos cuidados que me dedicava
E de quando tentava cuidar de você
Sinto falta do gosto da tua boca a qualquer momento
E de quando o seu gosto era artificial
Sinto falta do passado que tive
E do futuro que ainda teremos

7 de julho de 2008

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