A quem importar

O viajante recolheu-se no templo que encontrou no meio a floresta. Assim que entrou pelos portais da cidadela, o mestre que ali habitava solicitou-lhe a presença. No fim da tarde, após descansar seu corpo e alimentar-se de frutas, encontrou o mestre meditando defronte ao sol que já se escondia.
Assim que se aproximou, o mestre pediu para que ele se sentasse no tapete, colocado ao seu lado:
- Aqui, meditamos sobre as pessoas que passaram em nossas vidas, dedicamos não mais que um minuto para cada uma destas pessoas que passaram, e deixaram algo de si em nós, fazemos isto para que possamos dormir mais leves, um sono mais tranqüilo é alcançado pelo valor dado a quem realmente significou algo em nossa vida. Experimente pensar por ao menos um minuto em quem realmente importou algo para você no decorrer desta jornada.
O viajante ajeitou-se no tapete, imitando a posição do mestre, fechou os olhos e durante sessenta segundos meditou em quem realmente significara algo a ele desde que partira. Em um salto, levantou-se do chão que estava e, fitou o mestre. Este lançou um olhar cansado em sua direção:
- Imagino que ninguém além de você tenha sido importante neste caminho e, por isto, acabou seu exercício tão rápido.
- Talvez – disse o viajante – eu não tenha entendido muito bem sua proposta, em uma próxima vez, tentarei me incluir nesta lista. Dando as costas, foi para o quarto que lhe havia sido reservado, realmente mais leve, após reconhecer o valor de quem realmente foi importante em seu caminho.

14 de agosto de 2008

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