Sem Tempo Para o Adeus

O lugar era o mesmo de sempre e o relógio devorava o tempo como sempre fez, de segundo em segundo.
As pessoas seguiam seus caminhos, cada uma de seu jeito, cada uma com seu próprio ritmo, afundados em pensamentos e preocupações enquanto eu, estava ali, parado entre a multidão, tomado de um só pensamento.
O ponteiro do relógio insistia em se mover mais rápido do que o normal, girando em sua inércia programada, enquanto levava consigo minhas esperanças de te ver.
Lembrava com os olhos fechados, o prazer que teu sorriso me estampava na cara, a torpez que teus olhos exerciam sobre mim e, imaginava, qual seria a minha reação ao beijar sua boca.
Outro minuto se perdia nas engrenagens enferrujadas de meu inimigo, outro minuto sem você.
Andava de um lado para o outro procurando em outros corpos, o seu corpo ainda misterioso, em outros olhos, os seus olhos brilhantes, em outras peles, as estrelas de um céu.
E o tempo, vil inimigo dos que esperam, continuava passando.
Fechava os olhos com força para depois abrir-los, quem sabe assim você me aparecesse de surpresa, quem sabe me envolvesse em seus braços e aconchegasse minha cabeça junto de seu coração? Quem sabe o que faria ou onde estaria você?
Quem sabe?
Levantei de meu lugar e lancei um último olhar em volta, você não estava lá naquela noite. Você não veio nem para me dizer adeus!

16 de setembro de 2008

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