Só o que sobrou...

Entorpecido por uma garrafa de vinho barato, contento-me com a sua presença em um porta-retrato empoeirado esquecido na estante. Torpe, embriago-me com lembranças e saudades, tomando um porre de lágrimas arrependidas e sonhos frustrados.

Aturdido pelo álcool do vinho, ou pelas emoções ressuscitadas, olho a foto desbotada pelo tempo ostentando um sorriso sincero. Riu amarelo. Falo algumas palavras, embargadas demais para serem entendidas, mas elas se perdem nas paredes vazias do quarto. Só seu retrato me ouve.

Calado, segurando um copo vazio na mão, olho o porta retrato no canto do quarto, e tento lembrar de como éramos felizes. Pena que a perdi! Agora, o que me resta, são apenas histórias cada vez mais antigas e, com certeza, mais algumas lágrimas de saudade olhando a tua foto depois de alguns goles de vinho.

29 de setembro de 2009

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