Eternos Opostos

Algumas promessas.

Outros Fracassos.

Melhores momentos.

Dias que não passam.

 

Opostos Eternos

 

Ótimas recordações.

Imagens desbotadas.

Retratos sorridentes.

Olhares de saudade.

27 de outubro de 2009

Ninguém...

“Socorro!” – grito sozinho em meu quarto enquanto a noite se arrasta. Ninguém ouve minhas suplicas, nem minhas lamentações. Ninguém enxuga minhas lágrimas ou me oferece um ombro... Sou só eu e meus medos, sou só eu e mais ninguém para me consolar.

Minha voz se perde pelas paredes sem atenção, as lágrimas escorrem pelo rosto sem amparo e as mãos trêmulas buscam um toque de carinho sem encontrar. “Socorro!” – insisto com a voz embargada e um nó na garganta. Nenhuma resposta, nada, ninguém!

Sobras...

O que me resta são lembranças do passado

Lágrimas que já não consigo chorar

Sobram-me planos há muito frustrados

E amores que já não posso amar

Só o que sobrou...

Entorpecido por uma garrafa de vinho barato, contento-me com a sua presença em um porta-retrato empoeirado esquecido na estante. Torpe, embriago-me com lembranças e saudades, tomando um porre de lágrimas arrependidas e sonhos frustrados.

Aturdido pelo álcool do vinho, ou pelas emoções ressuscitadas, olho a foto desbotada pelo tempo ostentando um sorriso sincero. Riu amarelo. Falo algumas palavras, embargadas demais para serem entendidas, mas elas se perdem nas paredes vazias do quarto. Só seu retrato me ouve.

Calado, segurando um copo vazio na mão, olho o porta retrato no canto do quarto, e tento lembrar de como éramos felizes. Pena que a perdi! Agora, o que me resta, são apenas histórias cada vez mais antigas e, com certeza, mais algumas lágrimas de saudade olhando a tua foto depois de alguns goles de vinho.

29 de setembro de 2009

Na Calada da Noite...

Eu me aproximei da cama sem fazer barulho. Dormindo, ela parecia sonhar, deixando escapar um sorriso discreto no canto dos lábios. Vestida em uma camisola com estampa infantil, ela respirava devagar deitada de costas na cama. Seus seios, pequenos e rijos, marcavam o tecido de cetim com seus cumes orgulhosos.

Bem devagar, deitei ao seu lado, perto o suficiente para sentir o cheiro de seus cabelos e a temperatura de sua respiração. Sua boca entreaberta, formada por lábios grossos e bem delineados, instigavam os meus sentidos ávidos em provar-lhe o gosto.

O lençol da cama contrastava com a sua pele branca e visivelmente macia. Com a ponta dos dedos, ensaiei acariciar seu corpo que se arrepiou mesmo antes do primeiro toque. Como se ainda estivesse dormindo, virou-se na cama em um movimento preguiçoso em minha direção. O decote em ‘V’ de sua camisola, abriu-se deixando a mostra a maior parte de seus seios me instigando ainda mais.

Sem conseguir conter o meu desejo, afastei o pequeno pedaço de pano que ainda encobria parte de seus seios, e obcecado pelo gosto daquela pele, envolvi com a minha boca o seu mamilo rosado.

Ela não me impediu de provar-lhe o gosto e se ainda dormia, por sua expressão, sonhava com o paraíso. Eu me livrei da alça da camisola e levantando sua roupa , encontrei coxas bem torneadas que se abriram em convite.

Ela deitou de costas pra cama e eu coloquei a cabeça entre suas pernas. Encontrando teu sexo com a ponta da minha língua eu experimentei o melhor do seu sabor. Ela deixou-se invadir pelas sensações que sentia e deixou escapar um sussurro de prazer. Ela mantinha os olhos fechados e eu, com um dedo, invadia o seu corpo. Ela se contorceu num espasmo de prazer. Eu a desejava de maneira insana e num movimento, deitei entre suas pernas. Num misto de prazer e dor, ela gemeu enquanto me envolvia com suas pernas e braços. Em movimentos obcecados eu explorava seu corpo, ela em êxtase se entregava ao prazer de ser possuída. Ela já não fingia dormir e olhava nos meus olhos com satisfação. Eu, cada vez mais, invadia seu corpo em frenesi.

Em uníssono eu e ela chegamos a um orgasmo. Sem se saciar, ela pediu mais um pouco. Ficando de quatro, ela me ofereceu todo o seu corpo e eu, deliciado com a idéia, ajoelhei na cama e com voracidade invadi novamente o seu corpo. Ela se deliciou ao sentir-se devorada, mas ainda queria mais. Eu não me saciava de seu corpo, nesta altura suado e exalando prazer. Sentindo novamente um misto de prazer e dor ela gritou. Eu invadi aquele corpo de uma outra maneira. Ela se entregava por inteira, e experimentava um novo prazer. Sentindo o seu corpo contorcer-se, eu explorei todos os seus caminhos. Ela se entregou à outro orgasmo, e deliciou-se em ter todo o seu corpo explorado. Eu cobri seu corpo com o meu prazer, e na sua pele arrepiada eu espalhei meu orgasmo. Ela sentia-se como nunca se sentiu antes. E eu, por enquanto, me sentia saciado.

Ela Estava Morta

Olhava para o teto com um olhar fixo, ela estava deitada na cama de lençóis vermelhos que contrastava com sua pele branca. Nua, ela olhava para o teto com a pele ainda arrepiada, com seus poros cobertos de suor frio.

Ela parecia feliz, com um esboço discreto de um sorriso sincero, parecia contente com o seu destino. Não parecia se arrepender de seu passado, nem lembrar de qualquer coisa que já a tivesse feito chorar. Parecia que ela estava em paz.

Seus braços, caídos junto ao corpo, não se moviam. Seus seios, que se estendia até cumes róseos, haviam parado de arfar após um suspiro satisfeito. Ela permanecia com seu olhar, vitrificado, fixo no teto. Em sua boca alguns vestígios de batom borrado e os lábios um pouco mais pálidos do que antes. 

Tempo passando...

Embriago-me com lágrimas do passado, olhando sorrisos amarelados, eternizados em uma fotografia antiga. Nela, nossas mãos se entrelaçavam e os olhares fitavam algum ponto distante na mesma direção.

Com alguma saudade, observo o retrato desbotado pelo tempo, como eu, cada vez mais marcado pelos anos.

Algumas traças se encarregaram de destruir a foto aos poucos, levando com elas um dia feliz, vivido em um ponto perdido em minha história. Algumas lágrimas me escapam e ajudam a manchar o retrato.

Sentindo um nó se atar em minhas garganta, abafo o meu grito com as mãos. A foto se amassa um pouco mais entre os dedos.

Fecho os olhos com mais força que de costume, mas ainda assim, estou fraco de mais para resistir a outra noite de saudade.

E ainda isso...

Como se não bastasse os sorriso amarelos, nós e gritos desesperados na garganta, olhos vermelhos com lágrimas represadas e toda a insegurança, evidente nas mãos tremulas suando. Ainda tenho que conviver com a saudade dos melhores dias de minha vida.

Em frente...

Parto em meio a lágrimas arrependidas e dores jamais sanadas.

Carregando amores não correspondidos e algumas lembranças frustradas.

Sigo cheio de sonhos não vividos e na boca o gosto de uma vida amarga.

Versos Serenos...

Palavras marcando o papel manchado de lágrimas, dispostas sem sentido em frases cheias de saudades. Parágrafos inteiros interrompidos com pontos de reticências. Paginas e mais paginas de pensamentos confusos. Lembranças não vividas descritas em narrativas detalhadas. Versos de amor que nunca serão lidos ou entregues. Versos serenos em um bilhete de despedida.

26 de agosto de 2009

Sem poder impedir (Covardia)

Disse que meu amor por ti era eterno

        Prometi que nunca iria acabar

Jurei não esquecer-la por um segundo

        Planejei dias mais felizes pra nós

Fiz planos para o resto de nossas vidas

        Aceitei teu adeus e te deixei partir...

8 de junho de 2009

Ontem a Noite

Ela estava nua, deitada na cama de lençóis vermelhos, com sua pele branca despida, me chamando para junto de seu corpo febril. Deixava escapar alguns olhares e algumas insinuações, com a ponta da língua umedecia os lábios, pintados com batom vermelho.

Envolvendo-me com os braços, ela me ajudou a tirar a camiseta que ficou caída no chão do quarto. Fitando meus olhos, sussurrou o meu nome como que se me desafiasse a entrar em seu jogo de sedução.

Fazendo com que eu me deitasse na cama, ela se livrou do resto de minha roupa e, com habilidade, deitou-se sobre o meu corpo um pouco tremula. Aos poucos, ela começou a movimentar-se sobre mim, envolveu-me com as suas pernas como se estivesse montada sobre meu corpo.

Com uma das mãos, ela prendeu os cabelos atrás da cabeça enquanto, com a outra mãos, deslizava pelo meu corpo arrepiado, explorando com desejo meu gosto.

Ela me olhou com um sorriso diferente, com um movimento preciso me permitiu invadir o seu corpo. Deliciando-me com o gosto daquela mulher, ouvi o gemido de prazer que ecoou nas paredes do quarto.

Ela arranhou minhas costas e mordeu o meu pescoço enquanto eu a possuía com desejo e afinco. Sentia cada centímetro da pele dela colado ao meu corpo suado. Ela me envolvia entre suas pernas com força e lançava olhares de quem queria mais.

Eu atendia aos desejos dela, enquanto saciava as minhas vontades com ela. Ela usava o meu corpo para seu prazer e eu, sentia prazer em usá-la para mim.

Juntos, eu e ela chegamos ao orgasmo, ofegantes. Deitamos na cama, abraçados com um sorriso no rosto. Olhamos nos olhos, e como se tivéssemos combinado, ao mesmo tempo falamos:

 - Te Amo!

Eu posso falar que não tinha motivo

Eu posso falar que não tinha motivo

       Insinuar que não era importante

Fazer parecer que tudo foi coincidência

       Ou até fingir que não era real

Mas, aconteceu!

28 de maio de 2009

No quarto...

Os corpos nus suavam entre gemidos e sussurros.

As mãos tocavam a pele com carinho e desejo.

Os lábios intercalavam mordidas e beijos.

Eles se amavam pela primeira vez.

Recaida

Deitada na cama, ela se despia lentamente enquanto ele olhava parado junto a porta do quarto. Ela lançava olhares provocantes enquanto acariciava a própria pele arrepiada.

Ele tirou a camisa com pressa, parado junto à cama se livrou dos sapatos e das meias. Deitou-se ao lado dela. Num ímpeto, ele a puxou para perto e beijo os lábios pintados de vermelho.

Ela o arranhou nas costas, beijou seu pescoço e, com certa habilidade, o envolveu entre as pernas. Livrou-se do sutiam de renda preta e revelou seus seios róseos e orgulhosos.

Ele a tocava com desejo enquanto ela sussurrava vontades. Segurando-a pelos quadris ele a deitou na cama. Com as mãos, tirou a calcinha dela e arrancou a própria calça.

Mordendo os lábios ela deixou escapar um gemido trêmulo, mudando em seguida para um sorriso meretrício no canto dos lábios.

Ele a possuiu, deixando escapar pela noite, urros de prazer, antes da lamúria arrependida.

Amor em Oposição

Faz-se o bem

       E se faz mal

             Pelo mesmo sentimento

 Sorrisos amarelos

       E lágrimas felizes

             Num mesmo sentimento

 Abraços apertados

       E acenos soltos

             Opostos perfeitos

Encontro Ocasional!

Palavras confusas, sussurradas junto ao ouvido.

Olhares furtivos, sorrisos discretos trocados em silêncio.

Toques febris, arrepios percorrendo a pele despida.

Beijos famintos e corpos nus entrelaçados na cama.

Paixão possessiva, unhas nas costas e puxões de cabelo.

Gemidos trêmulos, sorrisos no canto dos lábios borrados.

Outras despedidas antes de outra noite insone e vazia.

Fanático...

O sorriso desapareceu entre as marcas sulcadas no rosto magro, empalidecido pelo notícia:

- Como foi? – perguntou sem querer ouvir a resposta.

Balançou a cabeça com força antes de fechar os olhos marejados e balbuciar:

- Não pode ser...

Negou o abraço de consolo e tapando o rosto com as mãos se afastou com um suspiro:

- 3 X 1, dá pra acreditar?

Definindo a Solidão:

Estar só não é estar sozinho

       Estar só é não ter com que ficar

             É não ter alguém que te ame

                    E não ter ninguém para amar

Pouco Antes do Fim...

Os olhos se fecham após um suspiro. Nas pálpebras cerradas uma vida toda se projeta, condensada em segundos silenciosos que se arrastam no ritmo constante do relógio na cabeceira da cama.

Os dedos se entrelaçam acomodados sobre o peito arfando devagar. O coração cada vez mais fraco, insistente em bater descompassado em um último momento solitário antes do fim.

Muito Antes do Fim (Primeiro Beijo)

Os olhos se cruzaram um segundo mais do que o normal antes que os lábios se tocassem e selassem o primeiro de muitos beijos que estavam por vir. Com os olhos fechados, uma explosão de sensações os deliciava sem os saciar do gosto da boca e de toques apaixonados. Abraçados, pareciam sorrir enquanto voltavam a se olhar com a pele arrepiada.

Com o silêncio dos olhos, que vale mais do que as palavras, e olhares, que valem muito mais do que frases inteiras, trocaram confissões e segredos. Juraram eternidade sem aceitar que todo amor, um dia chega ao fim...

Vou Melhor Sem Você...

Seus olhos encheram de lágrimas ao perceber que eu era feliz sem você, com sua voz fria tentou disfarçar sua inveja, sentindo-se aturdida pelos sentimentos que sentia, e pela cerveja que havia bebido há alguns segundos atrás.

Sua maquiagem borrando entre um pranto forçado e olhos injetados de raiva, escorreu por seu rosto enrubescido com o calor de uma tarde qualquer perdida no tempo.

Sua boca seca, mal pintada com um batom vermelho, evitava dizer qualquer coisa, esboçando risos amarelos e soluços contidos.

Suas mãos seguravam tremulas, um copo vazio. Tentava se servir de outra dose, evitava me pedir de volta com gestos distantes e evitou um último aceno...

Fingindo não ligar, viu quando eu paguei a conta e sai do bar sem me despedir, feliz ao perceber que eu era feliz sem você.

Tudo em você...

Amo teu sorriso no canto dos lábios

E seus risos escancarados na mesa de um bar

Amo teus cabelos bem tratados e penteados

        E os fios desgrenhados ao acordar

 

Amo cada beijo apaixonado

        E como diz me amar

Amo cada abraço apertado

        E tudo que tem a falar

Voe...

Não durma esta noite, apenas hoje, pense em mim.

Lembre de cada sonho frustrado e de todas as promessas que se quebraram pelo tempo.

Pense na paixão que esfriou e deixe escapar um de seus sorrisos, que comigo eram amarelos.

Procure as cartas amareladas e sem perfume, marcadas por lagrimas secas que não valiam à pena.

Olhe o retrato desbotado escondido no meio de uma agenda. Acaricie algumas pétalas secas, encontradas soltas entre as páginas vazias.

Ao amanhecer, me esqueça e seja feliz.

Se eu morrer agora...! (E o que vão pensar de mim?)

O que hei de escrever em minha história de vida?

Se só vivi amores eternos com finais infelizes!

E só conheci mulheres bem melhores sem mim!

O que vou contar a meus netos mal amados?

Além de histórias enfadonhas de minha juventude. E;

Mostrar fotos amareladas guardadas em um baú.

O que vai me acompanhar até o fim?

Serão arrependimentos do que não fiz?

Ou apenas os meus medos injustificáveis?

O que vão dizer depois de minha morte?

Além de pêsames a uma viúva aliviada.

E boa sorte para filhos mais alegres.

O que vão lembrar sobre quem fui?

Se o meu tumulo carregar o epitáfio

Escrito apenas: “Felipe Steve Ost (+... *...)”.

19 de maio de 2009

Quinze Minutos

Foi entre um trago e outro que vislumbrei fragmentos de um futuro que insistiu em não existir. Enquanto jogava a fumaça para o alto deixando escapar um destes seus sorrisos é que imaginava seu sorriso ao acordar com o café na cama ou acordar com você em minha cozinha, fazendo café só de calcinha em uma de minhas camisetas desbotadas.

Tinha a visão desta cena nítida, você teria o mesmo sorriso e o mesmo rubor na pele, do dia em que li à crônica que você tanto gostava em voz alta na escada rolante cheia de gente. Teria os mesmos pudores que teve a cada frase de teor impróprio, que fiz questão de ler num tom ainda mais alto para provocá-la.

Foi entre estes pensamentos que imaginei você conhecendo minha mãe e ela ficando chocada pela mulher, que o filho decidira se apaixonar, ser ou parecer ser ainda mais louca que o próprio filho.

Nesta percepção que comecei a avaliar tua sanidade. Percebi que loucos são os outros que não imaginam uma vida perfeita e uma paixão avassaladora por alguém que agente não tem certeza do que é, e gosta exatamente por ela estar em continua metamorfose ora para agradar ora para não perder sua individualidade.

Foi com estes pensamentos que quis cuidar de você, ter-la entre meus braços e oferecer-lhe meu ombro para tuas angustias e meu peito para teus temores.

Entre um minuto e outro, sabia cada vez menos de você e pensava cada vez mais em um nós. Eu insistindo para você se alimentar e você me mandando pentear o cabelo, eu preferindo banho frio e você amante da água quente, minhas noites insones observando-a dormir como uma pedra, eu beijando-lhe a boca quando entrássemos em desacordo e você gritando como uma louca por ser contrariada....

Entre tais contrastes, imaginei a marca de biquíni em tua pele branca, e teu nome marcado para sempre na minha. Senti o arrepio de tua voz dizendo-me loucuras que seria capaz de fazer por mim e toda a alegria de cada loucura que cometeria apenas para ver o seu sorriso enquanto me recompensasse com o teu abraço.

Ouvi tua voz em minhas madrugadas, teu gemido de prazer misturado ao cheiro do teu corpo e o suor de nossas peles. Desvendei cada segredo de teu sexo e a vi gritando em teu orgasmo que eu fora o melhor de todos os teus, e suas amantes.

Vi-me acordando atrasado e encontrando um de meus rascunhos utilizados por você para me desejar um bom dia, e teria a certeza de que você, antes de usar minhas folhas, havia escolhido um dos versos em que estivesse trabalhando, só para ter certeza de que não deixaria teus vestígios de lado.

Senti a embriaguez das garrafas de vinho que tomaríamos falando de muitas palavras que nada queriam dizer e que diziam muito a respeito dos castelos e abismos que passamos ou temíamos. Sabia que quando estivesse cansada de minhas filosofias de boteco me elogiaria de seu modo, dizendo que sou bizarro e eu riria e faria cena de drama como quem se ofende, apesar de te compreender.

Beijaríamos em todos os lugares, que fosse só para provocar! Andaríamos de braços dados mesmo que brigados, só para deixar os outros morrendo de inveja de algo tão perfeito e seriamos perfeitos um para o outro. Iguais que se enxergam no espelho e muda no outro exatamente aquilo que precisam ser modificado em si mesmo.

Mas você deu um ultimo trago em seu cigarro, disse-me adeus no lugar de um até logo, sumiu entre a multidão que povoa este centro e que não tem a mínima idéia de quanto vale quinze minutos.

(Texto de 2007)

30 de março de 2009

Roleta Russa!

O metal frio entre os dedos da mão tremula

O cano encostado na testa suada de nervoso

O barulho do gatilho sendo apertado com força

O silencio que antecede o disparo da arma

O alivio adiado até a próxima rodada

Melhor Só

Parei de fazer juras de amor eterno.

             O amor as vezes acaba...

Desisti de realizar alguns sonhos.

             Eu sempre me frustro...

Já não quero me apegar a ninguém.

             Eu sempre me enjôo...

Foi Assim Que Me Matei...

Uma nuvem de conforto paira sobre mim enquanto me olho no espelho. Meu olhar chega a brilhar, refletindo a luz da lâmpada acessa. Minha pele um pouco pálida se apresenta em um corpo esguio diante do espelho.

Em cima da pia, um barbeador cego divide espaço com um sabonete pela metade. Alguns comprimidos coloridos, contrastando com a louça branca. Uma navalha na prateleira me atentando a ceder a algumas idéias confusas.

Um movimento rápido da lamina, um pouco de sangue se misturando com a água que escorria em um fio fino da torneira. Quase nenhuma dor, nenhum arrependimento, nenhuma culpa.

Com alguma dificuldade, um golpe no outro pulso, outro golpe indolor. Os olhos ainda brilhando no espelho, ofuscados por lágrimas aliviadas. O mesma lâmpada acessa, iluminando o chuveiro aberto.

Algumas gotas quentes escorrendo pelo corpo arrepiado. Um pouco de sangue, rodopiando em volta do ralo. A parede gelada em minhas costas. Um pouco de vertigem. As paredes girando, o chão sem parar no mesmo lugar.

Os braços adormecidos em volta das pernas. A cabeça baixa olhando para o ralo com seus vestígios de sangue. A parede servindo de apoio para o meu corpo trêmulo. A visão turva. Alguns calafrios.

A lâmpada acessa presa ao teto, uma luz entre minha lucidez e delírio. Os olhos sempre abertos, ansiosos para ver logo o fim. Por fim, sem nenhuma palavra, nem bilhete de adeus, com os pulsos cortados morri ali, sentado no chão do banheiro.

6 de março de 2009

Quem vai perceber que eu parti?

Quem vai lembrar de mim, daqui a alguns anos?

Quem vai saber quem eu fui, ou conhecer meus versos?

Quem vai sentir saudade dos meus textos confusos?

Quem vai ter algumas noites insones pensando em mim?

Quem vai chorar algumas lágrimas sobre cartas amarelas?

Quem vai brindar algum dos poucos feitos que eu fiz?

Quem vai carregar o meu sobrenome com um pouco de orgulho?

4 de março de 2009

Oco!

Talvez fosse melhor os olhos marejados de antes, os sorrisos tristes distribuídos a quem me viu a algum tempo, talvez eu até preferisse as noites insones entre cartas que nunca mandei, ou até a vontade de gritar presa em um nó na garganta.

Talvez fossem melhor todos os arrependimentos tardios, lembranças de um passado que insistiu em não existir, quem sabe sentir saudade de alguém que não vem.

Talvez seja melhor até algum sofrimento no peito. Quem sabe assim eu não me sentisse tão vazio. 

Eu vi... ...mas você não viu!

Ela passou do meu lado. Por um segundo cruzamos o olhar. Tempo suficiente para eu imaginar nossos momentos felizes e o inicio da paixão inevitável. Suficiente para me fazer tentar pensar em seus sorrisos mais sinceros, teus toques febris em noites quentes.

Depois de apenas um instante, tocamos nossas mãos por acidente. Percebi tua pele macia, desejando abraços entre nossos banhos de chuveiro. Cheguei a pensar em tocar seus cabelos soltos com o vento.

Ela passou sem olhar para trás, enquanto eu continuava com meus devaneios. 

28 de fevereiro de 2009

Já Chega!

Como alguém um dia me disse, ‘o mundo da tantas voltas que até enjoa!’.

Acho que essa pessoa tinha razão, acho que pra mim já deu.

Já conheci voltas suficientes pra parar.

Acho que está na hora de ir.

Só não sei pra onde!

...em meu quarto!

Outra noite, insone...

            Outra noite, sozinho...

Outra noite, escura...

            Outra noite, triste...

Outra noite, perdida...

            Outra noite, sem sonhos...

Outra noite, como as outras...

Foi Assim Que Eu Morri...

Ontem eu cheguei em casa, cheio de coisas na cabeça. Sabe aqueles dias em que você não ta legal? O trabalho...As dividas... A gostosinha que não quer sair comigo... Então quando eu já não agüentava tanta merda, resolvi me matar.

Fui até a cozinha e peguei a maior faca que tinha em cima da pia, mas a porra da faca estava toda enferrujada e não cortava nem manteiga de tão cega.

Então olhei pro fogão ali no canto. Ajoelhei e meti a cabeça dentro do forno, com o botão do gás ligado pra me sufocar. Senti um pouco de tontura, deu até um pouco de agonia, mas quando estava quase lá, o gás acabou. Eu até tentei inalar um pouco do gás que ainda estava ao redor, mas não foi o suficiente.

Levantei apoiando nas paredes e voltei para o quarto em busca de alguns comprimidos. Encontrei um Doril na mesa de cabeceira, engoli ele com pressa pois estava sentindo dor de cabeça depois do gás. Lembrei então do chuveiro.

Corri para o banheiro maquinando como usar a mangueira do chuveirinho para me enforcar na viga da sala. Dei um nó improvisado e passei a mangueira em volta do pescoço. Subi no vaso e tentei me pendurar em um gancho no teto.

Assim que pulei do vaso a mangueira quebrou e frustrou meu plano de morrer enforcado. Olhei para o chuveiro ligado na tomada. Tomado de idéias auto-destrutivas, arranquei os fios da tomada descascados. Coloquei um dos fios na boca o outro, encostei em minha testa. Fiz, para não sentir nada! A EletroPaulo já tinha cortado a minha energia mais cedo.

Alguma coisa com água, seria impensável, a Sabesp já tinha vindo a quinze dias atrás. Então me olhando no espelho decidi que ia encarar os meus problemas e que não ia mais tentar me matar. O problema é que na semana passada caiu uma pedra no telhado e choveu a noite inteira. Assim que sai do banheiro, escorreguei por causa da goteira no corredor. Bati a cabeça na soleira e quase sem nenhuma dor eu morri.

Dito ou anunciado?

Agora que vejo tudo o que espero.

Deixo a minha vida.

Este que um dia já quis sorrir.

Ultimo à conhecer de alguma alegria.

Segredo minhas últimas palavras.

Não me ligue de manhã!

Hoje, eu não acordei legal. Mexi a cabeça e já veio aquela pontada de dor. Pronto, o meu dia já não começava bem. Logo em seguida veio o tropeção que eu dei no copo de água do lado da cama. Não quebrou o copo, mais molhou todo o chão. Além disso, eu acabei batendo a canela na lateral da cama. Quando tudo não podia piorar, escorreguei na água e bati as costas no criado mudo. Ainda bem que ele não grita. Até que consegui me arrumar para sair sem muitos transtornos, mas sabe como é casa velha, tudo enferrujado, tem que bater... Acabei prendendo o dedo no trinco do portão. Vim trabalhar num trem lotado e tive que agüentar um baianinho de metro e meio que veio me encoxando. Subindo a escada rolante, ela parou. O pão de queijo já tinha acabado no bar, eu não comi até agora, tomei uma bronca assim que cheguei no trabalho e logo em seguida o telefone tocou. Era você, me perguntando como estou...

Entre outras coisas...

Entre tantas flores, rosas.

          Entre tantas cores, borboletas.

             Entre tantas luzes, estrelas.

      Depois de tantos amores, solidão.

Só se for assim...

Me queira sempre, se sacie de mim!

          Me tem com desejo, me use!

          Acaricia meu corpo, me bate!

                   Me deseja, me afasta!

                                  Se sacia com meu amor!     

                    Sacia tua sede, deixe meu corpo suado!

                                  Me abraça, me dá o teu calor!

                                      Fala em meu ouvido, grita!

                                        Diz entre beijos, que tudo acabou!

                    Só se for assim!

Melhor Assim...

Antes a saudade do que o arrependimento

Antes as lágrimas do que sorrisos amarelos

Antes a solidão do que qualquer companhia

Antes a insônia do que nenhuma lembrança

Antes a dor do que nenhum amor

Em Vão...

Entender não ajuda

Esquecer só atrapalha

Reviver só complica

Comemorar só machuca

Falar não adianta

Calar não faz efeito

Escrever não tem sentido

Eu sou eu, se for só seu.

Se for só seu, eu sou.

Seu se for eu só.

Eu só se for só seu.

À melhor!

Teus sorrisos sempre foram mais felizes do que os meus gestos.

Tuas cores sempre foram mais bonitas do que flores em um jardim.

Mas tuas asas sempre te levaram mais longe do que eu podia alcançar.

Em um antigo baú...

Um telefone num pedaço de guardanapo, um bilhete apressado entre rascunhos, cartas apaixonadas já sem perfume, poses sorridentes em fotografias desbotadas, cartões dos aniversários passados, corações desenhados em tinta vermelha, folhas marcadas por lágrimas secas, letras trêmulas em tua despedida.

Asas de uma borboleta!

Seus olhos imitavam os melhores olhares.

Sua boca lembrava o gosto do melhor vinho.

Seus seios pareciam picos com cumes róseos arrepiados. (orgulhosos)

Seu suor era idêntico às lavas de um vulcão em erupção.

Suas coxas envolviam durante algumas noites insones.

Seus pés eram pequenos e delicados quando tocavam o chão.

Suas asas eram melhores do que alguns jardins.

Saudade ou alívio?

A casa continua desarrumada

A garrafa de vinho em cima da pia

O armário ainda tem espaço

Ainda faço lasanha aos domingos

Teu colar permanece do lado da cama

A mesma música toca no rádio

Continua tudo no mesmo lugar

Tudo esperando que volte

Ou que apenas fique onde esta!

18 de fevereiro de 2009

Um segundo...

Ele a deixou ali.

         Ela ficou deitada na cama.

Ele se vestiu.

         Ela cobriu o corpo nu

Ele se olhou no espelho

         Ela sorriu pelo reflexo

Ele se virou apressado

         Ela fingiu que estava dormindo.

Insaciáveis...

Você aparece com um sorriso malicioso no rosto, molha os lábios pintados de vermelho, me olha com olhos cheios de vontade. Eu paro diante de você, por um segundo perco os sentidos, então vejo que ainda continua parada junto a porta.

Você esta vestida com um casaco vermelho, abre os botões com habilidade, deixa o casaco cair no chão. Eu admiro o teu corpo, coberto com um lingerie de renda preta, escondendo tua pele branca.

Você me deita na cama deixando suas mãos percorrerem o meu corpo sem pressa. Eu tento te tocar, mas você me impede de sentir o calor de sua pele.

Você se desvencilha de mim, com a mesma habilidade, tira minha roupa. Eu deixo que me beije e que percorra o meu corpo. Você me prova com a tua língua, me marca com mordidas inusitadas, me provoca com tua respiração. Eu sinto meu corpo arrepiado, enquanto sinto tua boca me envolvendo, seguro os teus cabelos para olhar o seu rosto.

Você retribui o olhar com uma expressão deliciada, usa as mãos com movimentos precisos e suaves. Eu puxo os teus cabelos com mais força, beijo tua boca e te deito na cama.

Você tira o sultien, me oferece os seios apertados por suas mãos. Eu tiro tua calcinha enquanto beijo teu corpo, afundo minha cabeça entre tuas pernas. Você geme baixinho, se contorce na cama e fica tremula. Eu invado teu corpo com a ponta da língua, sinto o gosto do seu desejo. Você me deseja, me pede, me puxa. Eu te invado, te provo, te tenho.

Você arranha as minhas costas, me prende entre suas pernas, lambe o meu pescoço. Eu te viro de bruços, te ponho de quatro e mordo a sua nuca. Você se arrepia, se apóia na cama, me provoca. Eu te bato com força, seguro a tua cintura com mais vontade.

Você estremece, deixa escapar um grito, tenta abafar a voz com o travesseiro. Eu te puxo pelos cabelos, faço você olhar para mim. Você sorri um riso meretrício, e me desafia com um de teus olhares, insaciáveis...

Mostre-me o que é capaz!?

Tira sua roupa

         Menina mulher

E me Beija com vontade

 

                  Como quem me deseja

         Prova do meu corpo

                   E encosta o teu corpo no meu

 

                            Envolve-me com tuas pernas

                   Arranha minhas costas

                            Geme em meu ouvido

 

                                      Grita em teu orgasmo

                            Leve-me a loucura

                                      E me mostre o que sabe fazer

Apenas a Verdade!

O que é a verdade

         além de uma mentira

                   conveniente à ocasião?

Sei como são!

    Já conheço esse teu jeito

           Essa carinha de fada

      Essas asas de borboleta

                            Já conheço essa voz abafada

                                         Esse jeitinho de puta

                                      Esse tipinho de virgem

                                                           Já conheço esse teu corpo quente

                                                                              Esse teu cheiro de rosa

                                                            Essa vontade de menina mimada

Eu já conheço todas vocês

Um de seus olhares...

Dois olhos verdes

         Um par de lentes

Uma transformação

         A mesma metamorfose

Cada vez diferentes

         Sem suas lentes

Um outro olhar

O espelho mente!

Tudo parece diferente em frente ao espelho.

Os olhos parecem melhores do que são meus olhares

Os sorrisos mais sinceros do que meus sentimentos.

O corpo mais forte do que como eu me sinto.

A pele mais corada do que minha cor pálida.

Meu reflexo parece muito melhor do que eu.

Quanto eu vou sofrer?

Quantas lágrimas eu ainda devo derramar entre as minhas noites solitárias?

Quantos sonhos eu devo sonhar e quantos vão se tornar pesadelos?

Quantos sorrisos amarelos eu devo dar com algumas lágrimas nos olhos?

Quantas palavras eu vou calar sentindo um nó se atar em minha garganta?

Quantas mentiras eu devo contar tentando esconder o que sinto?

Quanto tempo vai levar para eu conseguir te esquecer? 

16 de fevereiro de 2009

Demorei a entender o óbvio!

Só depois de muito tempo, comecei a perceber.

         Como seriam os meus dias de paz ou os de angustia.

Quanto tempo eu levei para entender         

         Que meus caminhos sempre foram incertos.

Se agora sei o que eu sei que sei

         E só sei por que eu sei que nada sei....

Por não te conhecer, te amo.

Você não esta em meus versos

Não me deixou nenhuma recordação

Seu cheiro não se entranhou em minha roupa

Eu não senti o calor de tua pele

Não sei qual é o gosto de tua boca

E só consigo pensar em você! 

Não foi grande coisa!

Nosso amor foi como um castelo de areia desmoronado com as marés!

Nosso amor foi como um bom livro esquecido na estante!

Nosso amor foi como uma boa música calada no rádio!

Nosso amor foi como um perfume levado pelo vento!

Nosso amor foi como um sonho esquecido pela manhã!

Nosso amor foi como um filme que não tem um bom final!

7 de fevereiro de 2009

Mais de um segredo...

Entre minhas lembranças e algumas recordações

Uns retratos recentes e poses felizes em fotos desbotadas.

Textos racionais e algumas cartas educadas

Estão misturados entre versos sem sentido

Algumas cartas amarelas e outros papéis envelhecidos.

Mensagens apaixonadas entre as paginas de uma agenda antiga

Ocultas entre minhas coisas, guardadas em minhas memórias