Decepção

Ontem pensei tela visto desabrochar em meu jardim, mas tudo que encontrei foi voce em flor, ontem pensei que se mostraria como és por inteiro mas nada me deu, hoje quando me chamar, não sei se corro para te ver.

31 de julho de 2008

A Atriz

Faça-me um favor, bata a porta quando sair e simule, como tão bem sabe fazer, que sofre ao partir, e quem sabes pode até fingir que foi você quem decidiu por isto. Faça-me apenas esse favor, continue a atuar em seu papelzinho até estar longe daqui. E longe, tu vais poder voltar o sua vidinha real e meretrícia, sonhando em ser atriz.

26 de julho de 2008

Onde Encontrar

Jogo fora minhas cartas, sem as amassar. Faço isto porque sei que minha dor vai passar, logo após um drinque em um dia de sol, eu volto correndo para mexer no lixo e tuas lembranças lá encontrar. Jogo tudo fora, para depois guardar.

Como Eu, Ele e Ela e os Outros.

Ele como eu, tem defeitos e qualidades.
Ela como eu, fingiu não ouvir.
Ele como eu, vai assoprar e ferir.
Ela como eu, preferiu não escutar.
Ele como eu, hão de emudecer e falar.
Ela como eu, preferiu não chorar.
Ele como eu, te apraz e machuca.
Ela como eu pouco o fez.
Ele como eu, se mostra e esconde.
Ela como eu, não procurou.
Ele como eu, ama e deseja.
Ela como eu, buscou outra opinião.

Transbordando

Verto as lagrimas do passado, que de alguma maneira permaneceram em mim e agora, jorram de meus olhos carregando lembranças e saudades, feitos e arrependimentos, dores e amores. Rolam livres em meu rosto vermelho e da ponta de meu nariz saltam em piruetas diretamente para o meu coração tão cheio.

25 de julho de 2008

Miragem

Pensei ter-la visto no momento em que o sol nascia e ofuscava meus olhos, pensei que era você que acenava à sua maneira, chamando-me para junto de si, pensei que enfim, você havia voltado e desta vez para ficar.
Levantei de onde estava e corri em sua direção, pensando no que faria ao alcançá-la, pensando no que faria ao ser abraçada, pensando no que faria se tudo fosse real.
Corri para onde não mais estava, e pensei ter-la visto de longe me dando adeus com suas pétalas que pareciam asas...

24 de julho de 2008

Significou

Houve um tempo em que as palavras nada mais eram do que elas próprias, este tempo passou a muito tempo. Neste tempo, o adeus era para sempre, para sempre não acabava, só acabavam as coisas que tinham inicio, o inicio era perfeito, o perfeito durava mais tempo, o tempo controlava a vida, a vida era feita de amor, o amor era livre, livre era poder voar, voar era ser como borboletas, borboletas eram insetos, insetos pousavam sobre flores, as flores podiam ser cor de rosa e a rosa era mais do que um presente.
Sinto falta deste tempo...

A Sol e O Lua

Há de existir alguém que possa explicar este trágico destino a que somos submetidos. Sempre em lados opostos em situações diferentes. Enquanto sou obrigado a me esconder, tu surges lançando sobre mim o teu calor e teu brilho deixando-me pálido antes de meu ocaso. Corro pra te encontrar, mas quando chego, tu esta exatamente onde eu estava antes. Será que foste a minha procura ou fugiste de mim? Enquanto eu no oeste você leste e os contrários se fazem verdadeiros.
Há de existir alguém que me tire esta obsessão por quem se fez um deus e tem o universo em torno de si e abrir meus olhos que sou apenas mais um que te busca, mas não o tem. Quem pode possuir-te, guardar-te no peito e se abrigar no seu?
Ora tu és intocável, não permite nem mesmo meu olhar por muito tempo, ameaça me cegar e obriga-me a fechar os olhos. O que não sabe, é que toda vez que o faço, imagino que tu me beijas que passa teus braços por sobre meus ombros e sussurra-me ao ouvido pedindo apenas um pouco mais de paciência.
E continuo resoluto, buscando-lhe mais do que olhares furtivos, mais do que beijos imaginários e toques educados. Continuo na esperança de ser seus olhos, sua pele e sua vida, com o desejo do seu beijo apaixonado mesmo que este me condene ao desaparecimento, e que seu toque febril, seja o ultimo que sinta em minha vida.
E continuo dia e noite, persistindo em demonstrar as semelhanças que este contraste carrega. Engolindo a seco a prepotência que já tive apenas para dar-lhe razão. Fazendo-me quente apesar da frieza que carrego em minha alma.
Ajudaria-me muito saber o que você deseja, assim procuraria em uma de minhas fases aquela que mais te agrada e viveria se assim fosse preciso, eternamente crescente ou minguante.
Tenho medo que meu esforço em te agradar te desgaste e que nunca possa confiar neste amor tão cheio de obstáculos. Será que um dia se permitirá me amar, entregar-se como me entrego e acreditar que nos completamos?
Será que um dia permitira que os nossos raros encontros, durem mais do que alguns minutos e se esqueça um pouco de todo o resto, apenas por gostar de estar ali?
Valer-me-ia a existência ouvir o que quero tanto lhe dizer, quando me encontrar com você em nosso próximo eclipse.

23 de julho de 2008

Desejos (Fragmento)

Na insidia de meu desejo embriago-me no teu sexo e sinto a euforia de tua pele enquanto a toco nua. Confessa tuas intenções e não lhe nego nada, nem poderia, viro-a de bruços e defloro-a por trás.
Teu grito soa abafado pelo travesseiro seguido de sua risada meretrícia que me provoca a possuir-la com maior afinco, e o faço como se nada pudesse deter o meu desejo, pego-a pelos cabelos e te possuo com gosto, deixando de lado qualquer pudor, até que em uníssono gritamos pelo orgasmo.
Deita-se na cama, com o corpo a beira de um colapso, e com olhos suplicantes pede mais do que já teve, e eu nunca lhe nego nada...

22 de julho de 2008

Mais Que Mereço

Nos lábios que desejo, encontro a perdição
Hora nos teus braços feliz a me iludir
Hora trancado no escuro acalentando meu coração
Desesperado e abatido, pois preferiste partir

Na lembrança de seu sorriso o meu tormento
Nas juras falsas o meu sofrer
No sonho incerto um momento
No intimo o desejo de te ver

Pobre de mim poeta sonhador
Querer prender o que se faz livre
Querer ser correspondido em meu amor
E esperar que tu sejas quem da dor me prive

Esqueço que apenas parte de ti é amor
A outra parte eu nem conheço
Ai de mim poeta sonhador
Que quero mais que mereço

Tua Partida

Se não pode, ou não quer ficar, parta quanto antes e me deixe com as lembranças do que não consigo esquecer, deixe-me com meus tremores, nesta noite solitária que custa a passar, preso a uma peça de roupa que não coube em suas malas largada no fundo de uma gaveta vazia. Esqueça-me com meus soluços e não ligue para as lagrimas, apenas vá e seja feliz.

17 de julho de 2008

Tua Amizade

Ser-me-ia mais fácil conviver com teu ódio do que com tua amizade, pois no primeiro saberia que ao menos, mal eu te fiz, mas em teu sorriso simpático e teu abraço solto não encontro mais do que tantos outros encontram.
Minha boca reclama pelo beijo e meu rosto é quem o tem, minhas mãos procuram as suas, mas são meus olhos que recebem o aceno delas dizendo-me até logo no lugar de um adeus.
Ser-me-ia mais fácil conviver com a certeza do que não quero, pois o que quero, já deixou de me querer.

Rindo da Morte

Tudo que fiz enquanto ela morria foi sorrir. Ora forçando, ora sincero, meu riso era sempre feliz e ela, mesmo diante da morte, continuava a me inundar com suas cores e perfumar o meu caminho, fazendo-me de suas gentilezas, sorrir.
Foi sorrindo que eu a vi se tornar amarela, quase pálida, e mantinha a mesma graça de sempre. De suas novas cores, acabei sorrindo e foi só quando ela não pode mais agüentar o peso de seu corpo que, confessando-me seus segredos, cedeu a morte com um sorriso amarelo no rosto eu, chorei. Reguei seu corpo com lagrimas, já tarde demais dei um pouco de mim, mas a flor já estava morta.

16 de julho de 2008

O Poeta

O poeta faz do conto um fato
E no fato o seu pranto

No pranto encontra seus versos
E dos versos faz sua vida

Na vida se encontra
E encontra o amor

No amor ele se acalma
E acalma o poeta

No poeta um conto
E no conto o fato

15 de julho de 2008

Restos

Quem eu quero já se foi faz tanto tempo
Que talvez não possa mais voltar

Levou consigo partes de mim
E esqueceu em mim tantas partes

Carregou meus olhos que brilhavam
E deixou os seus ainda chorando

Levou o meu sorriso sincero
Esquecendo seus lábios trêmulos

Guardou consigo todos os meus carinhos
E a mostra sobrou-me seus repúdios

Escondeu meus versos entre suas coisas
E os que ficaram estão manchados de lagrimas

Roubou meu coração inteiro
Largando em pedaços o que sobrara do seu

E quem tanto quero se foi
Foi sem querer voltar

Melhor Ficar

Vou,
Para onde não esta
Vou,
Para me juntar a solidão
Vou,
Para não te encontrar
Vou,
Para juntar meu coração


Volto,
Para logo te ver
Volto,
Para perder minha metade
Volto,
Para de novo sofrer
Volto,
Para minha realidade

Se Tivessem Voz

Quando minhas lagrimas puderem falar ao seu coração, inclinarei minha cabeça em seu peito, para que elas sussurrem o quanto te amo.
Se ainda sim, ele se fizer de surdo, em soluços elas vão gritar por sua atenção.
E se nada disso adiantar, vou fechar os olhos com força, hei de colocar um sorriso falso no rosto e seguir com meu nó na garganta.

O Encontro

Foi em um dia de outono onde as folhas ressequidas caem das arvores nuas em um balé assíncrono, que vi com estes olhos sonhadores a mulher, na época menina, que haveria de amar por tantas outras estações.
Seus olhos misteriosamente castanhos encontraram os meus tão translúcidos, por apenas um momento eterno.
Sua boca, uma rosa vermelha, entreabriu-se em um rascunho, uma obra prima, de um beijo sincero.
E foi naquele momento, um segundo, que soube que iria amá-la para sempre a tendo apenas por um segundo.

14 de julho de 2008

Rosas

Uma como outra
Tal como a boca vermelha em seu orgasmo
Tal como a leveza de seu corpo
Tal como o desabrochar de suas pétalas
Tal como espinhos em sua pele
Tal como o orvalho que recebe
Tal como o som do seu prazer
Tal como a beleza solitária
A rosa é igual à mulher que é amada!

Unidades de Medida

Um centímetro é longe de quem queremos bem
Um metro é próximo de quem não queremos
Um milésimo é tempo demais para a solidão
Um milênio é pouco para a tua companhia
Um grama é leve para consumir
Um quilo é pesado para carregar
Um colega é ruim de se ter
Um amigo é bom de manter
Um raio é fatal
Um impulso elétrico vital

Passando Sem Medo

Não deves temer o arrependimento do que foi dito
Pois aquilo que devia ser ouvido não foi escutado
Não deves recear aquilo que um dia viste
Pois o que viste foi aquilo que não mais vai ver
Não deves ter medo de relembrar do passado
Pois naquilo que já não existe que o que será se compôs

Palhaço do Amor

Eis então o que é o amor!
Afinal conheci o que este sentimento realmente é! Pois não seria possível ele se esconder para sempre de meu coração esperançoso, que vaga sem rumo a sua procura em qualquer direção. Enfim!
Ele revelou-se diante de meus olhos como quem desabrocha pronto para voar, trazendo-me impressões de que viera para ficar.
Mas o amor que sempre esperei foi embora em tão pouco tempo, como quem já tivesse ficado tempo demais, deixando-me a casa vazia e nos cantos seus restos desprezados.
Restaram-me então suas lembranças junto às amarguras, os momentos juntos à solidão, as promessas confundidas com ‘firúlas’, do palhaço coração!

Notas

Indecisão

À Borboleta

Acho que depois de ter visto você entrar pela minha janela
Dizendo que veio me pedir abrigo
Com aquele seus olhos divertidos
Aprendi a confiar naquilo que fica no chão

E À Rosa Branca

Acho que depois de ter visto tão arraigada ao chão
Com olhos tão pervertidos
Vendo a mim como amigo
Decidi voar em busca de diversão

Segue em piruetas

Minha Conclusão

Contraste

O que me escapa por entre as garras do desespero
É aquilo que teria nas mãos se tivesse calma
O que me foge entre as sombras do passado
É o que me perseguiria se olhasse o futuro
O que me esquece em um momento de angustia
É o que me lembra que um dia fui feliz

Derrota

Entre os cachos dos teus cabelos encontrei meu manancial
Sobre o cheiro de tua pele descobri minhas alamedas
No gosto de tua boca naveguei por meus rios
E no suor do teu corpo um pico montanhoso
No gemido de prazer um coro dos céus
No gemido de dor o calor de um inferno
Nas entranhas de teu corpo desbravei teus vales
E com o sangue de tuas veias marquei meu território
E com o ar de seus pulmões derrubei florestas
E no som da sua voz erigi meu palácio
E na ludibrieis de seu amor tive a derrota do meu reino

11 de julho de 2008

O Que Não Se Mistura

Meus anseios se misturam aos meus medos
Mesclam-se entre a falta e o excesso
Unem-se com meus sonhos e o insone pesadelo
Transformando-se nesta realidade surreal
Onde a vida parece meio morta
A esperança já não espera
Um sorriso esta repleto de lagrimas
E a felicidade parece tão triste
Só o meu amor, continua amando.

O que há, é!

Eu tenho meus defeitos, esparsas qualidades
Eu tenho meus orgulhos, vagas humildade s
Eu tenho bons dias, entre a maioria que não é
Eu tenho meus temores, raros quando não é
Eu tenho minhas cismas, difusa contradição
Eu tenho um peito aberto, para alguém um coração
Eu tenho meus sonhos, a maioria é pesadelo
Eu tenho minhas noites, e com sol o dia inteiro
Eu tenho certos pudores, nenhuma é a privação
Eu tenho concubinas, entre noites de solidão

Bom Dia

O sol que nasce atrás da colina
Traz o pressagio do dia perfeito
O galo sonolento percebe e se anima
De um lado a outro cacarejando sem jeito

Acordem flores em seu balé sincronizado!
Cantem pássaros, eu sou desafinado!

O céu esta como deve ser
Nuvens brancas dão o toque final
Criam formas para quem quer ver
Não sabem que são nuvens nem agem como tal

Vá nuvem amiga continue sua jornada!
Ganhe o mundo aqui já foste admirada

O que não devo ganhar

Amanhã
Não quero chocolates, eles derretem
Não quero camisetas, elas desbotam
Não quero livros, eles amarelam
Não quero calças, elas se apertam
Não quero filmes, eles envelhecem
Não quero flores, elas murcham
Não quero nada, alem de você!

10 de julho de 2008

Onipresença

Onde quer que esteja
Onde quer que repouse
Onde quer que caminhe
Onde quer que dance
Onde quer que chore
Onde quer que sorria
Onde quer que siga
Eu estarei com você

O Espelho e o Reflexo

Ontem, me assuntei diante do espelho
Questionei de onde ele tirara tantas rugas
E quem o autorizara a colá-las em minha face
Ontem, o espelho só repetiu minhas perguntas

Hoje, debati com o espelho
Defendi a idéia de que não as mereço
E que ele poderia arrancar-me alguns anos
Hoje, o espelho só me imitou

Amanhã, quebrarei o espelho
Alegarei que ele estava me matando
E que ele teve apenas o que mereceu
Amanhã, o espelho me reflete em pedaços

7 de julho de 2008

O Que Me Faz Falta

Sinto falta das noites insones que tínhamos ao telefone
E de tantas outras que não chegamos a nos ver
Sinto falta do teus abraços apertados ao me encontrar
E de quando minhas mãos procuravam as suas
Sinto falta do sorriso, que era até meio bobo, mas feliz
E dos outros fingidos só para me agradar
Sinto falta do carinho que me fazia para dormir
E de quando pedia para eu a acariciar
Sinto falta do calor do teu corpo, suado junto ao meu
E dele longe de mim, ainda assim sendo desejado
Sinto falta do cheiro que tinha quando transpirava com prazer
E de quando saia do banho, perfumada com o cheiro de outra
Sinto falta da musica que pedia para repetir a tocar
E do silencio entre cada uma delas
Sinto falta da lua aparecendo no céu, debaixo do meu dedo
E da escuridão de uma noite pouco iluminada
Sinto falta dos presentes que insistia em me dar
E de não usa-los só para te irritar
Sinto falta das flores que acabavam em cima de uma mesa
E dos insetos que acabavam em baixo dos pés
Sinto falta de ser eu mesmo, assim, desse jeito
E de ser como você queria que fosse esse jeito
Sinto falta de como juramos amor eterno
E de quando acreditamos em um só fim, o da vida
Sinto falta de quando éramos um só
E de quando éramos milhões
Sinto falta de quando queríamos povoar o mundo
E de quando procuramos um deserto nele
Sinto falta de dormir abraçado com você, apenas isso
E de tantas vezes que quis você ao menos perto
Sinto falta de quando a insanidade era meta de vida
E de quando a razão comandou a situação
Sinto falta de tudo que podíamos ter passado
E mais ainda de tudo que passamos
Sinto falta das palavras que dissemos em um momento
E das outras palavras que mudaram de sentido
Sinto falta dos cuidados que me dedicava
E de quando tentava cuidar de você
Sinto falta do gosto da tua boca a qualquer momento
E de quando o seu gosto era artificial
Sinto falta do passado que tive
E do futuro que ainda teremos

Três em Trinca

VERTICE
TRIGONO
FRAGMENTO
INVERSO

ASSINCRONO
EFEMERO
VELOZ

TANGIVEL
LOQUAZ
INOSPTO

INABITAVEL
IMAGINARIO
ALIENADO

ACOVARDADO
PERDIDO
NEGREGADO

NEGADO
ESTREPOSTO
ESQUECIDO
AMADO

A Chuva e o Vento

São versos que voam carregados pelo vento
Em uma revoada de passarinhos
São palavras que se perdem nos furacões
Em um amontoado de maus pensamentos
São lagrimas a chuva que cai entortada pelo vendaval
Em uma recaída no passado que já evaporou
São amores quando em um dia quente a brisa lhe toca o rosto
Em desejos de que um dia quem te ama volte a ser amado

Braços do Acaso

Estou a caminho do desconhecido
Indo pra longe de onde não esta você
Indo em busca de seu aroma pelo mundo
Partindo em busca de todas as cores que possa ter.

Estou partindo hoje e não sei quando vou, e se vou voltar
Seguirei sem rumo e devo me perder muitas vezes
Partirei em pedaços para depois me encontrar
Sigo sem rumo para quem sabe não mais voltar

E se um dia eu voltar e sair por ai te procurando
Parta pra longe pois será sua vez de seguir
Seguindo por caminhos errados para encontrar o certo
Indo de certo, ao caminho do desconhecido.

Escolhendo entre as coisas

Devo escolher entre

Raiva e beijos,
Promessas e desejos

Sonhos e esperanças
Velhos e crianças

Sons e silêncios
Rimas e gracejos

Borboletas e rosas

Fortes e fracos
Desejos e ascos

Você e alguém
Vida e morte

Talento e sorte
Inicio e fim

Então, fico com o melhor!

Revirando Papéis

Entre os papeis salpicados com pensamentos, lagrimas e poesia, encontrei uma daquelas de suas fotos desbotadas pelo tempo que passou, levando apenas aquilo que quis pra si e deixando em meu rosto suas marcas cada vez mais sulcadas.
Entre as tantas cartas de amor jamais entregues, você permaneceu escondida, como o fez no sorriso de meu rosto e no brilho dos meus olhos, estes te procuraram por tanto tempo em vão, e ainda procuram em vão.
Entre os rascunhos amarrotados, já abandonados entre tantas coisas que passaram, e que não deveriam jamais ter partido, relembrei de seus sorrisos, e por um ínfimo tempo consegui encontrar onde o meu havia se perdido.
Entre a tinta envelhecida que se embrenhara outrora nestas folhas, encontrei uma parte de mim que há muito havia perdido, mas hoje a encontrei, em tua fotografia.

2 de julho de 2008

Enquanto Ela Dança

Segues a inspirar o sonho de outrem, e me desespero. A eles sobram palavras doces, sonhos, poesias e a mim, apenas o asco e a amargura de versos enfadonhos que passam sem causar nenhuma impressão...
Outrora, via em um adágio triste o alegro de viver, e tinha neste solo da vida, o duo do nosso amor. Hoje me resta a valsa descompassada da desesperança que rodopia sem jeito por detrás da cortina que se fecha, enquanto todas as luzes se apagam!
È o fim do espetáculo para toda bailarina!
É o fim do espetáculo de toda a minha vida!

Esperança

De ti, destino tão misterioso
Espero apenas o que não me mate
Mesmo que não me nutra
Apenas o que me faça continuar
Mesmo sem saber aonde ir
Apenas o que me de razão
Mesmo que não faça sentido
Apenas o que me faz sonhar
Mesmo que nunca realize
Apenas o que me faça amar
Mesmo que não seja correspondido
Apenas o que possa fazer de mim o que sou
Mesmo que seja um poeta ou um fingidor

Entre Meus Demonios

Despeço-me de ti com um beijo na face, enquanto dentro de mim os mesmos diabretes, já conhecidos, provocam-me a sorver teu lábios com os meus, em uma explosão de loucura e frenesi. Ouço-os com minha alma e os impeço com meus pudores corpóreos, e os medos, quem sabe imaginários, de uma repulsão repentina a qual posso não reagir tão bem. Dedico-lhes apenas a atenção necessária para que não desapareçam, mas não os nutro para que não me dominem. Quem há de saber, a quem realmente deveria escutar? Escuto-os entre tantas vozes que ecoam entre os corredores, repletos de lembranças do passado, que se perdem nos caminhos, ainda vazios do futuro que desconheço. E quem há de saber o certo sobre o próximo segundo? E no próximo segundo você parte, enquanto eu fico com minhas duvidas jamais respondidas.